Coluna Geremias Pignaton: A fotogênica Lauro Muller em Ibiraçu
A estação Lauro Muller, da antiga Ferrovia Vitória a Diamantina (depois Vitória a Minas), emoldurou muitas fotos em Pau Gigante, nas primeiras décadas do século XX.
Era comum as autoridades locais e o povo recepcionar pessoas importantes vindas de Vitória nos trens da companhia ferroviária. Não precisavam ter o destino final na estação. Mesmo se estivessem apenas de passagem, os nossos dirigentes programavam um movimento popular para saudá-los. Bispos, políticos, juízes e empresários posaram diversas vezes para fotos na frente da estação.
Esta foto é da visita do Governador Marcondes Alves de Souza, em 1916. Ele exerceu o mandato de 1913 a 1917, entre os irmãos Jerônimo e Bernardino Monteiro, que foram governadores respectivamente entre 1909 e 1913, 1917 e 1921.
A estação Lauro Muller teve duas versões. Esta de madeira foi inaugurada em 15 de maio de 1905 e ficou no local até 1936, quando foi construída uma outra de tijolos. Em 1947, com a mudança do traçado da ferrovia passando por Aricanga, a estação Lauro Muller foi desativada. Contudo, o prédio permaneceu até o final dos anos 1960, quando foi demolido para o asfaltamento da BR 101.
Como dissemos antes em outros trabalhos, o nome da cidade e do município era muito confundido com o nome da estação. Na época, Ibiraçu se chamava Pau Gigante, mas aparecia em reportagens de jornais e até em documentos oficiais com o nome Lauro Muller. Tanto assim que em 1926, Domício Martins, então prefeito, organizou um abaixo-assinado pedindo à direção da ferrovia a mudança do nome da estação para Pau Gigante. Não foi atendido com a alegação de que o político catarinense homenageado, Lauro Muller, era ainda vivo e exercia o cargo de senador e que os nomes da vila mudaram muito, sendo Pau Gigante o quarto ou quinto.
A foto pertence ao Arquivo Público do Espírito Santo, acervo Jerônimo Monteiro.