Arroz e feijão têm alta de até 20% em um ano no ES
Alimentos tradicionais no prato do brasileiro ficaram mais caros ao longo do ano de 2023. Uma das maiores altas foi da dupla feijão e arroz; outro aumento significativo foi do azeite.
Nos supermercados do Espírito Santo, o arroz subiu 20% de dezembro de 2022 a novembro de 2023, ou seja, variação dos últimos 12 meses de quando foi feita a última pesquisa pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No mesmo período, o feijão preto subiu 11,5% e o azeite 32,47%.
A escalada do preço do arroz tem sido registrada desde 2022. Dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, apontam aumento de 101% no valor da saca de 50 quilos do grão, de janeiro de 2022 a janeiro de 2024. Há dois anos, a saca custava R$ 62,80 e chegou a R$ 126,54 neste mês. O aumento passou a ser mais expressivo a partir de setembro de 2023, quando a saca superou os R$ 100.
Já sobre o feijão, o preço no Brasil aumentou devido a uma combinação de fatores: oferta inicialmente alta seguida por uma demanda que superou a produção, impactos climáticos adversos com chuvas excessivas e períodos de seca nas áreas produtoras, problemas de qualidade do produto na segunda safra, e variações na oferta ao longo do ano.
Previsão para 2024
Para 2024, a perspectiva é que o preço do feijão, principalmente o preto, continue subindo. Para Araújo, isso se deve, em grande parte, às condições climáticas adversas, com chuvas excessivas nos estados do Sul e baixa umidade no Sudeste, afetando as lavouras.
Já o arroz deve começar a cair nos primeiros meses do ano. A previsão é que os preços possam cair a partir de março com o ingresso da safra nacional e maior volume de importações do Mercosul.
Azeite
A alta de 32% no preço do azeite, que já passa dos R$ 30 o frasco de 500mil nos supermercados na Grande Vitória, foi impulsionado principalmente pela seca na Europa, que reduziu a safra e pressionou a oferta no mercado internacional, explicou o economista.
Quedas
Em 2023, alguns alimentos que tiveram alta nos anos anteriores tiveram queda nos preços, como óleo de soja, leite longa vida e carne. No caso do óleo de soja, apesar do aumento nas exportações e consumo interno, o que realmente impactou de acordo com Eduardo Araújo foi o crescimento expressivo na produção, elevando os estoques e pressionando os preços para baixo.
Já o leite longa vida sofreu uma desvalorização devido ao excesso de oferta, amplificado pelo aumento da produção doméstica e das importações.