Júri de trio pela morte de assessor de vereador em Aracruz é adiado

Júri de trio pela morte de assessor de vereador em Aracruz é adiado

A pedido dos advogados dos réus, foi adiado o julgamento dos três homens acusados da morte do assessor parlamentar Marcos Sales Selvatici, que estava previsto para ter início na manhã desta terça-feira (9), no Fórum de Aracruz. A juíza acatou a solicitação para que o júri popular aconteça em outra data e em outro município.

Segundo a Promotoria de Justiça, a magistrada perguntou aos 24 jurados quem estaria inclinado a condenar os réus, independentemente das provas que seriam apresentadas. Nove deles afirmaram que estariam, o que não tornaria o julgamento imparcial. O advogados dos réus pediram que o julgamento aconteça em outro lugar também por questão de segurança.

Sobrinha de Marcos, Jéssica Salles Salvetici afirmou que a família não chegou a entrar no fórum e depois foi informada sobre o adiamento, o que causou indignação. “A família está indignada, estamos há seis anos esperando por Justiça. Ela falhou mais uma vez. Esperávamos muito por hoje. Em vez do meu tio ser a vítima, parece que nós estamos sendo o réu. Meu tio não pediu para ser morto, não teve oportunidade de se defender”, disse.

O crime aconteceu em março de 2018. O corpo da vítima foi encontrado com marcas de tiros no rosto e nas costas no polo industrial do município. Os réus são Angelo Márcio Oliveira de Moura, Gildo Sebastião dos Santos e Antônio Duarte Sabino. Segundo a Secretaria de Estado da Justiça (Sejus), eles chegaram a ser presos em 2019, mas acabaram sendo soltos após alvará em 2022.

O processo tramitou em segredo de Justiça durante esses seis anos e não há informações divulgadas sobre a participação de cada um deles no crime. Ainda conforme a apuração da repórter Viviane Maciel, Gildo seria o mandante do crime, e Angelo e Antônio, os executores.

Marcos era assessor do vereador Marcelo Cabral Severino, o Marcelo Nena (na época pelo PSL, hoje filiado ao PSD). Ele trabalhava no gabinete do parlamentar e alugava cães para segurança patrimonial. Na época, a Câmara decretou luto oficial de três dias.