Coluna Geremias Pignaton: Obelisco
Em 1907, o fotógrafo capixaba Eutychio d’Oliver foi contratado pelo governador do Espírito Santo, Henrique Coutinho, para percorrer todos os municípios do estado, fotografando as cidades sedes.
Na nossa região, ele passou por Santa Cruz, Vila do Riacho e Pau Gigante (Ibiraçu). João Neiva mal existia como povoado e ainda estava longe de ser um município.
Riacho, por outro lado, era um município, criado em janeiro de 1891. Essa condição permaneceu até o ano de 1931, quando voltou a pertencer a Santa Cruz, por inviabilidade econômica e populacional.
Acredito que não há muita necessidade de dizer que Santa Cruz era o antigo município de Aracruz, que passou a ter esse nome em 1943 e a sede atual em 1948.
Das fotos que Eutychio fez de Ibiraçu, na época Pau Gigante, uma me chamou especial atenção. Na entrada da cidade, onde hoje é a parte oeste da Avenida Conde d’Eu, havia um enorme obelisco de madeira. O monumento foi feito, pelo que se vê na foto, de um único imenso tronco de árvore, aparelhado a machado.
Normalmente, os obeliscos são edificados como marco de um feito ou de uma data representativa, uma efeméride. Poderia ter sido ali posto para marcar a emancipação em 1891, ou para comemorar os 25 anos da chegada dos imigrantes italianos que fundaram a cidade.
Outra hipótese aventada seria uma espécie de portal, visto que aquela, antes da chegada da ferrovia, era a principal entrada da cidade. Um pau gigante na chegada da Vila de Pau Gigante.
Antes de ver esta foto de Eutychio d’Oliver, nunca havia ouvido falar, ou lido nas fontes da época, qualquer referência a este monumento existente na entrada de nossa cidade. Talvez algum dia tenhamos uma explicação melhor para esse obelisco.