ES se mantém no topo nacional em casos de Oropouche

ES se mantém no topo nacional em casos de Oropouche

O estado do Espírito Santo segue sendo uma preocupação nacional, mantendo no topo do ranking dos que mais registraram casos da febre Oropouche em todo Brasil. Enquanto o Ministério da Saúde aponta que desde janeiro foram 7.758 casos e uma morte, os dados da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) registrou 5.499 casos confirmados – mais de 70% dos dados nacionais.

As cidades de Santa Teresa, Itarana, Laranja da Terra, Colatina e Domingos Martins tendo o maior registro em número de casos. De acordo com o Ministério da Saúde, o estado do Rio de Janeiro é o segundo maior em número de notificações confirmadas, com 990.

No último mês de janeiro, o subsecretário de Vigilância em Saúde do Espírito Santo, Orlei Cardoso, comentou o número expressivo do estado e citou os possíveis motivos para tal. “A expressividade dos números se deve ao grande número de testes. Somos um estado pequeno territorialmente e de fácil acesso. A gente foca muito na transparência, busca informações e não esconde os dados. Além disso, temos quatro regionais de saúde que dão esse suporte e o estado é o único do Brasil que tem o e-SUS VS, que faz a comunicação imediata dos casos, pelo celular mesmo, de qualquer lugar”, disse.

O monitoramento epidemiológico da Febre Oropouche do Ministério da Saúde aponta que 13.842 casos foram confirmados no país em 2024. E, por conta disso, a população, principalmente capixaba, precisa ficar atenta aos sinais e sintomas.

“Náusea, calafrios, diarreia, dores de cabeça, nos músculos e nas articulações são os principais sintomas, que aliás são bem parecidos com os da dengue, mas o diagnóstico desta febre deve ser obtido por meio de exames laboratoriais”, afirma Silvia Fonseca, infectologista.

Segundo a especialista, a Febre do Oropouche é causada por um arbovírus (mosquito) do gênero Orthobunyavirus, identificado pela primeira vez no país na década de 60. Tal feito só foi possível porque o vírus foi encontrado a partir de uma amostra de sangue de um bicho-preguiça, que foi pego durante a construção da rodovia Belém-Brasília. Daí em diante, diversos casos isolados e alguns surtos foram relatados no Brasil, principalmente na região amazônica.

“Ressalto ainda que os sintomas são parecidos com outras viroses, mas raramente a Febre Oropouche pode causar doença grave ou óbito”, comenta Silvia.

Saiba como se prevenir 

Nicolle Oliveira, biomédica, dá algumas dicas para evitar a doença. “As pessoas podem fazer uso de repelentes, especialmente ao realizar atividades ao ar livre. Se possível, evitar áreas de muita exposição a picadas de vetores”, opina Nicolle.

De acordo com a biomédica, outras ações também podem contribuir para evitar a doença, removendo a água parada e limpando ambientes com acúmulo de matéria orgânica. “A instalação de telas em janelas, também irá contribuir para a proteção. Caso haja o surgimento de qualquer sintoma, busque a unidade de saúde mais próxima”, comenta a especialista.