ES tem o dobro da demanda global por Pau-Brasil

ES tem o dobro da demanda global por Pau-Brasil

O grande interesse comercial do pau-brasil atualmente está na utilização para fabricação de arcos de instrumentos musicais de corda. A madeira é altamente cobiçada na fabricação de arcos de violinos e violoncelos, por exemplo.

Mas, desde 2022, empresas de fabricação de arcos — eram 46 no País, sendo a maioria no Espírito Santo — não conseguem autorização para produzir novas peças.

Apesar disso, o secretário de Estado da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca, Enio Bergoli, destacou que foram plantadas mais de 350 mil mudas de pau-brasil em território capixaba desde 2006, o que faria o Estado ter mais que o dobro de árvores para suprir a demanda mundial para a fabricação de arcos de instrumentos.

“A demanda mundial é de 1.500 árvores por ano. Para atender o mercado mundial com madeira de pau-brasil não seriam necessários mais de 150 hectares, isso considerando o ciclo de 30 anos das árvores”.

Nesse ciclo de 30 anos, seriam 45 mil árvores usadas para suprir a demanda mundial, segundo o pesquisador da Embrapa Florestas e do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), Pedro Galvêas.

A proibição veio depois que o Ibama e a Polícia Federal se lançaram em uma grande operação que apreendeu milhões em arcos de violino de pau-brasil, que estavam saindo ilegalmente do País.

Hoje o número de empresas não passa de 10, segundo o presidente da Associação Nacional da Indústria da Música (Anafima), Daniel Neves.

“Os archetários capixabas (200 artesãos em 40 empresas) são, de forma direta, os maiores interessados na preservação da espécie. Além disso, eles precisam mostrar ao mundo que exploram a madeira do pau-brasil de forma sustentável”, explicou o representante da Embrapa.