Jejum intermitente: quais são as vantagens e os perigos dessa estratégia
Em algum momento você já deve ter ouvido falar sobre o jejum intermitente. Afinal, é bastante comum encontrar pessoas que já tenham adotado (ou usem atualmente), essa estratégia alimentar, para se desfazer dos quilos extras em busca de mais saúde.
Mas logo surgem alguns questionamentos: será que qualquer pessoa pode fazer? Existem riscos? Quais os reais benefícios? A reportagem do Folha Vitória foi atrás dessas e outras respostas e ouviu especialistas sobre o assunto.
Segundo a nutricionista Dani Borges, no período em que se permanece em jejum, ou seja, sem se alimentar, o indivíduo passa pela ação de dois hormônios: a insulina e o glucagon.
"A insulina que é um hormônio que favorece construção de gordura e de massa muscular fica bem baixa e o glucagon, hormônio antagônico da insulina e que facilita quebra de gordura permanece bem alto, e nesse momento o nosso corpo começa a utilizar o estoques de gordura do nosso corpo como fonte de energia", explica.
A nutricionista disse ainda que, assim como na dieta cetogênica (diminuição do carboidrato e aumento de gordura na alimentação), ao acordar e ficar mais tempo em jejum o organismo fica em estado leve de cetose, contribuindo também para que o organismo use as reservas do corpo como fonte de de energia. "E Esse é o mecanismo atrelado ao jejum que pode favorecer o emagrecimento", complementa.
Um outro ponto, de acordo com a profissional é que "entre 14 a 16 horas de jejum começa a acontecer a autofagia das células, que é um mecanismo de limpeza, aonde o nosso corpo 'joga' fora as impurezas".
Basicamente, o jejum intermitente é uma estratégia alimentar onde a pessoa fica um determinado número de horas sem se alimentar, podendo fazer uso apenas de água, chá e café sem açúcar.
Varia de 12 a 24h. Depois do período em jejum, a pessoa pode se alimentar dentro da chamada janela de alimentação.
"É um estilo de dieta que busca simular a forma com que os nossos antepassados se alimentavam. Existem protocolos de jejum dos mais variados, com 16h, 24, 48h. Por exemplo o de 16h… consiste em 16h sem se alimentar e 8h de alimentação, fechando 24h( um dia)", explica a nutróloga Patrícia Santiago.
Patrícia ressalta que estratégias como essa precisam sempre de acompanhamento profissional, afinal, nem todo mundo está apto a adotar essa prática. "(não devem fazer) Pacientes debilitados, diabéticos, pacientes que fazem hipotensão postural, renal crônico", alerta.
Além disso, dependendo do período em jejum, com pequeno consumo de água, por exemplo, pessoa pode ter vertigem, hipotensão (pressão baixa), cefaléia (dor de cabeça), além de outros sintomas.
Dani destaca o papel do nutricionista na orientação do que deve ser feito e como, também.
"Sempre é necessária a orientação de um nutricionista para a prática em jejum. Não se deve fazer essa estratégia sem acompanhamento, tanto para saúde quando para resultados estéticos, pois é necessário realizar o protocolo do jejum de maneira correta para se ter os benefícios e evitar qualquer efeito negativo."
Do que devem ser compostas as refeições?
As refeições de quem pratica o jejum intermitente devem ser balanceadas e individualizadas, de acordo com as necessidades de cada paciente. "Sempre composta por uma proteína, saladas, vegetais e carboidratos ricos em fibras, como arroz integral e batata doce", pontua a nutricionista.
Vale lembrar que os cuidados não são apenas com uma das refeições, mas com todas aquelas a serem feitas no período de alimentação. Se o objetivo é perda de peso, é necessário gerar um deficit calórico, ou seja, comer menos calorias do que se gasta.
Benefícios além da perda de peso
A nutróloga, Patrícia Santiago destaca alguns dos benefícios do jejum intermitente. Veja:
1. Aceleração na queima de gordura;
2. Aumento da energia física;
3. Reparação celular e a autofagia (quando o corpo consome células envelhecidas para produzir novas partes);
4. Redução da resistência à insulina e proteção contra o diabetes tipo 2;
5. Diminuição do colesterol ruim (LDL);
6. Maior disposição e qualidade de vida;
7. Otimização e potencialização das funções cognitivas e memória.
Praticar exercícios em jejum, pode?