Metalúrgicos do Estaleiro Jurong voltam a paralisar atividades
Os metalúrgicos que atuam no Estaleiro Jurong Aracruz (EJA), no norte do Estado, voltaram a paralisar as atividades na manhã desta segunda-feira (28), tendo como principal reivindicação um acordo satisfatório em relação ao pagamento da Participação nos Lucros e Resultados (PLR), negociação que se arrasta desde o mês de junho.
Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos do Espírito Santo (Sindimetal/ES), cerca de 4 mil trabalhadores aderiram à paralisação, envolvendo empregados diretos do EJA e de terceirizadas. A nova mobilização ocorre depois de um movimento paredista de 20 dias úteis, seguido de 30 dias corridos e uma trégua, explica o diretor executivo do Sindimetal e coordenador das negociações com EJA e terceirizados, Roberto Pereira. "A trégua acabou no dia 27 [domingo]. A nova greve é por tempo indeterminado", afirma.
Durante os 60 dias transcorridos, o diretor sindical conta que houve um avanço na proposta de PLR apresentada pela empresa, que saiu de R$ 600 para R$ 1,6 mil para os empregados da Jurong e de R$ 450 para R$ 1,25 mil nas contratadas. No momento, os trabalhadores do EJA pedem R$ 2mil e os terceirizados, R$ 1,8 mil terceiros.
Também houve avanço em relação ao número de sábados que terão que trabalhar para compensar os 20 dias da greve, complementa: de quatro sábados consecutivos, a empresa passou a cobrar dois sábados intercalados.
A insatisfação dos trabalhadores com o PLR, acrescenta Roberto Pereira, se soma aos baixos salários e à crescente terceirização das contratações. "É uma vergonha uma empresa desse tamanho, que fabrica um produto de altíssimo valor, ter o pior salário entre os estaleiros no Brasil, tanto no EJA quanto das contratadas", avalia. Sobre a terceirização, ele conta que hoje são quase 3 mil nessa situação, o dobro dos 1,5 mil empregados diretos do EJA. "Chegou a ter 2,4 mil empregados diretos", compara.
Em fevereiro, uma outra paralisação foi realizada, por conta da não concordância dos trabalhadores com as mudanças realizadas pela empresa no funcionamento do plano de saúde. Na ocasião, o Sindimetal denunciou uma agressão executada pela segurança patrimonial contra um trabalhador que participava da organização do movimento grevista. O caso foi registrado em um Boletim de Ocorrência (BO).