Coluna Geremias Pignaton: 11 de Setembro
11 de setembro de 1891: uma data muito importante para os nossos municípios de Ibiraçu e Aracruz. Também para João Neiva, que nasceu quase um século depois como município emancipado, mas que existe como povoado e grupamento urbano há mais de 100 anos.
Nesse dia, o antigo núcleo colonial do assentamento de imigrantes italianos emancipou-se de Santa Cruz, pela lei estadual nº. 23.
Inicialmente, o novo município se chamou Guaraná, depois de alguns meses, em 1º de março de 1892, passou a se chamar Pau Gigante. Quando se emancipou, o povoado se chamava Bocaiuva, antes da Proclamação da República se chamava Conde d’Eu. Essa miscelânia de nomes, que resultou se chamar Ibiraçu, mereceu uma minha coluna anterior chamada de Toponímia.
Nesse dia e ano, o velho município de Santa Cruz, existente desde 1848, recebeu um duro golpe: perdeu a parte mais promissora do seu território. Os italianos, que principiaram a chegar em 1877, deram um forte impulso econômico àquele território com o cultivo do café.
Os limites do novo município chegavam até a margem direita do rio Piraquê-açu, que abrangia o famoso porto de Santana e o Engenho Central que estava sendo implantado por Aristides Guaraná. Aliás, foi esse personagem da história o principal artífice da emancipação. Pelo que se depreende das fontes que consultamos, ele queria criar uma saída para o mar ao novo território, tornando-o independente do porto de Santa Cruz.
O dia 11 de setembro é o aniversário da emancipação política de Ibiraçu. Nesta data, no ano de 1891, o território do alto Piraquê-açu e do vale do rio Pau Gigante, na bacia do rio Doce, destacou-se de Santa Cruz e passou a se constituir no território do município de Pau Gigante (Ibiraçu).
Daí para frente, iniciou-se uma disputa territorial com o município de Linhares, que reivindicava todas as terras ao norte do rio Piraquê-açu, abrangendo Demétrio Ribeiro e Acioli. Essa briga territorial se estendeu por mais de uma década e fica para ser abordada mais adiante nesta coluna.