Agro capixaba mantém estabilidade nas exportações em 2025

Agro capixaba mantém estabilidade nas exportações em 2025

Os cinco primeiros meses de 2025 foram marcados pela estabilidade nas exportações do agronegócio capixaba, que somaram US$ 1,249 bilhão (cerca de R$ 6,9 bilhões), o maior valor já registrado para o período de janeiro a maio na série histórica. O desempenho representa um leve crescimento de 0,1% em relação ao mesmo intervalo de 2024 (US$ 1,247 bilhão), com o embarque de mais de 967,8 mil toneladas de produtos para o exterior.

O desempenho do Espírito Santo segue a tendência nacional. O Brasil registrou um crescimento de 0,6% nas exportações do agro no mesmo período, mantendo suas receitas praticamente estáveis.

Entre os dez principais produtos exportados pelo agro capixaba neste início de ano, o complexo cafeeiro liderou com US$ 612,2 milhões (49% do total), seguido por celulose com US$ 388,6 milhões (31,1%) e pimenta-do-reino com US$ 175,7 milhões (14,1%). Outros destaques incluem mamão (US$ 13,9 milhões), carne bovina (US$ 12,1 milhões), chocolates e preparados com cacau (US$ 7,5 milhões), gengibre (US$ 5,2 milhões), pescados (US$ 5,1 milhões), álcool etílico (US$ 3,9 milhões) e ovos, com US$ 3,6 milhões. O conjunto de outros diversos produtos do agronegócio somou US$ 21,3 milhões (1,7%).

Um dado inédito chama atenção na avicultura capixaba: as exportações de ovos ultrapassaram, em valor, as de carne de frango, passando a ocupar a décima posição no ranking estadual.

“Sabemos que o café é o carro-chefe do Espírito Santo e lidera com quase metade do valor gerado com as exportações do agro, mas também temos uma oferta competitiva e diversificada de produtos. O crescimento das exportações de ovos é histórico, com aumento de 736,5% em relação ao mesmo período de 2024, com os Estados Unidos respondendo por 97% das compras”, destacou o secretário de Estado da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca, Enio Bergoli.

Além dos ovos, os maiores crescimentos em valor exportado foram registrados para pimenta-do-reino (+150%), pescados (+121,4%), café solúvel (+84,1%), mamão (+33,4%) e gengibre (+2,2%). Em volume, as maiores variações positivas ocorreram nos ovos (+380,6%), pescados (+86,3%), pimenta-do-reino (+51,2%), mamão (+34,5%), gengibre (+21,5%) e café solúvel (+17,4%).

No total, os produtos capixabas do agronegócio chegaram a 111 países entre janeiro e maio. Os Estados Unidos lideram como principal destino, com 20,3% do valor comercializado, seguidos por Turquia (9,7%) e China (7,0%). A participação do agro nas exportações totais do Estado no período foi de 31,53%.

“Os números evidenciam a competitividade do setor agropecuário e seus negócios associados frente a outros segmentos da economia capixaba. A maioria dos nossos produtos apresentou valorização no mercado internacional. O café, principal destaque da pauta, manteve desempenho expressivo mesmo com redução no volume exportado nesta entressafra. Seguimos como um dos maiores fornecedores globais, especialmente de café conilon”, reforçou Bergoli.

Mesmo com o desempenho agregado estável, os dados revelam movimentos estratégicos na reorganização da pauta exportadora. O aumento do valor agregado, a entrada de novos produtos e a conquista de mercados alternativos demonstram avanços importantes no posicionamento do agro capixaba no comércio internacional.

“Mesmo sem um crescimento expressivo no total das exportações, a diversificação da pauta amorteceu os efeitos da queda nas exportações de café, registrada em todo o Brasil neste início de ano. Em um cenário global de incertezas, a diversificação com competitividade é uma estratégia que o Espírito Santo vem executando com maestria”, avaliou o gerente de Dados e Análises da Secretaria da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag), Danieltom Vandermas.

O Espírito Santo também se destacou como o maior exportador brasileiro de gengibre, pimenta-do-reino e mamão, com participações nacionais de 58%, 65% e 42%, respectivamente. No complexo cafeeiro, o Estado conquistou a segunda posição no ranking nacional de exportações, incluindo café cru, solúvel e torrado/moído.

Ressalva acerca dos dados

Os dados de exportação de açúcar de cana (NCM 17011400) referentes a fevereiro e março de 2024 foram desconsiderados da análise anual devido a inconsistências identificadas nas bases oficiais. Os valores registrados - US$ 10,2 milhões (19,8 toneladas) em fevereiro e US$ 11,1 milhões (21,6 toneladas) em março - destoam significativamente das médias históricas e das informações fornecidas pelas indústrias do setor, indicando possível erro de lançamento ou atuação atípica de empresas de trading.