Inadimplência cai e ES é terceiro estado com menos nomes sujos do país

O Espírito Santo se destaca entre os estados brasileiros com menor proporção de inadimplentes, ocupando a terceira posição no ranking nacional, atrás apenas de Santa Catarina e Piauí.

Segundo dados da Pagou Fácil, plataforma da empresa financeira Paschoalotto, o Brasil contabilizava, em março, cerca de 75,7 milhões de inadimplentes, o equivalente a 46,6% da população adulta.

Apesar do número alto, o Estado registra um índice bem abaixo da média nacional, com 41,5% dos adultos em situação de inadimplência. Para o economista Ricardo Paixão, a baixa inadimplência no Estado é explicada pelo equilíbrio nas contas públicas, que estimula a economia e consumidores.

“O Espírito Santo é um dos poucos do Brasil que tem selo A da secretaria do tesouro nacional. O controle das finanças públicas permite que os servidores se sintam confortáveis para consumir mais, eles são uma das válvulas propulsoras para a redução da inadimplência no Estado”, explicou.

Ricardo também explica que o desempenho econômico capixaba está acima da média nacional, o que também ajuda a reduzir o número de inadimplentes.

“O Sul do Estado é forte exportador de rochas, e o Norte tem um polo industrial com grandes empresas do setor do metal. Tudo isso permite que o Espírito Santo tenha um desempenho econômico acima da média nacional. Com uma economia aquecida, as pessoas conseguem melhorar a renda, o que reduz a inadimplência.”

Outra explicação para a redução da inadimplência no Estado também pode ser a redução no número de consumidores com dívidas acima de 30 dias, é o que diz José Carlos Bergamin, vice-presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Espírito Santo (Fecomércio-ES).

“Para o comércio varejista, clientes com dívidas de até 30 dias são considerados comuns para a maioria dos estabelecimentos, e esse tipo de endividamento no Estado está bem controlado. Dívidas com mais de 90 dias de atraso, estas sim se tornam mais difíceis de liquidar”, disse Bergamin, ao destacar que outros indicadores atrelados à inadimplência estão controlados no Espírito Santo.

“O número de famílias inadimplentes e que assumem que não vão conseguir pagar deve ser observado. Mas o comércio do Estado não está tendo muitos problemas nesse sentido.”

Entenda

Nome negativado

A negativação do nome ocorre quando uma pessoa ou empresa deixa de pagar uma dívida, e o credor registra essa inadimplência em órgãos de proteção ao crédito.

Condições para negativação

Só pode acontecer após o consumidor ser comunicado com antecedência, por carta ou notificação oficial. A dívida precisa estar vencida e não paga há pelo menos 30 dias.

O que é o SPC?

O Serviço de PROTEÇÃO ao Crédito (SPC) é um dos principais bancos de dados de inadimplência do país. Tem foco no comércio varejista, com informações de lojas, redes e empresas associadas.

O que é o Serasa?

atua com pontuação de crédito, que avalia a chance do consumidor pagar as contas em dia. Reúne informações de bancos, financeiras e operadoras de cartão de crédito.

Diferença entre instituições

As duas trabalham como bancos de dados de crédito, mas têm enfoques diferentes. O SPC é mais ligado ao varejo e comércio físico. A Serasa tem maior presença entre instituições financeiras e bancos.

Como regularizar o nome?

O primeiro passo é consultar a dívida nos sites do SPC ou Serasa. É possível negociar a dívida com o credor, ou participar de feirões de renegociação realizado por Procons estaduais. Após o pagamento ou acordo, o nome deve ser retirado dos cadastros de inadimplência em até 5 dias úteis.

Dados da inadimplência

A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) aponta que houve redução de 6,1 pontos percentuais na inadimplência do Estado, passando de 38,8% em novembro de 2023 para 32,7% no mesmo mês de 2024.