Nascentes em perigo: afluentes do Rio Doce podem secar até 2030
O professor e ambientalista Henrique Lobo participou do evento Sustentabilidade Brasil nesta terça-feira (25), no Pavilhão de Carapina, na Serra, e fez um alerta: se não cuidarmos das nascentes dos afluentes do rio Doce no Espírito Santo, até 2030, em períodos de maior estiagem, eles vão secar.
Afluentes são pequenos cursos d'água que fazem parte da natureza e desaguam em rios principais.
O alerta veio durante a palestra "Os rios da Terra", na qual o especialista traçou um panorama sobre os rios do mundo e sua relação com as sociedades. Lobo afirma que a sobrevivência do Rio Doce depende de cuidados com a cobertura de topos de morros para a recuperação de nascentes.
Ainda de acordo com o ambientalista, a bacia do Rio Doce é pobre em águas subterrâneas, o que justifica o trabalho de recuperação das nascentes.
Para exemplificar quais trabalhos devem ser realizados, o especialista lembrou o caso de um produtor que não foi afetado pela seca de 2013, pois havia recuperado nascentes em sua propriedade, e pôde até ceder água a seus vizinhos.
Lobo também enalteceu o trabalho do fotógrafo Sebastião Salgado e sua esposa Lélia Deluiz Wanick Salgado, em Aimorés, Minas Gerais, que resultou na recuperação de 608,69 hectares de Mata Atlântica da Fazenda Bulcão. Já foram plantadas quase 3 milhões de mudas de árvores no local.
O especialista comentou ainda o potencial hídrico do Brasil, ressaltando que o país concentra 25% dos rios do mudo. Por outro lado, ele explica, 75% desse volume se concentra na Amazônia, território pouco habitado, se comparado a outras regiões do Brasil.