Número de incêndios florestais em Aracruz aumenta, prejudica o agro e liga sinal de alerta na região
Segundo dados levantados pela Suzano, maior produtora mundial de celulose e referência global na fabricação de bioprodutos desenvolvidos a partir do eucalipto, o município de Aracruz vem sendo um dos mais prejudicados. A empresa registrou 121 ocorrências de incêndio de janeiro a julho de 2024, sendo 48 apenas no último mês, o que representa quase 40% das denúncias gerais. Ao todo, foram mais de 158 hectares de área afetada pelo fogo, sejam territórios próprios da Suzano ou não. O principal motivo para as queimadas ainda é a ação humana, segundo o comandante do Corpo de Bombeiros na cidade, Major Lucas Sossai.
“É importante desmistificar a ideia de que incêndios em vegetações são causados por guimbas de cigarro, fundos de garrafa ou algo assim. Essas são condições raríssimas. A grande maioria dos incêndios é causada por ações humanas, seja por irresponsabilidade ou intencionalidade, que é pior. E é importante ressaltar que quem provoca incêndio pode enfrentar sanções legais, incluindo responsabilidades civis e criminais, fora as tratativas que o IDAF (Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Espírito Santo) pode colocar”, reforça o major, que ainda aproveita para alertar a população que existem normas durante épocas de estiagem: “A falta de percepção de risco ao iniciar fogo para limpeza ou outros fins, especialmente em períodos secos, pode resultar em tragédias. E é bom lembrar que essas práticas são proibidas por normas vigentes, normalmente decretos estaduais ou federais. Então existe um momento adequado para fazer as tais limpezas”, finaliza.
Pior que os números alarmantes em Aracruz, são os prejuízos socioambientais deixados pelo fogo. Além da destruição da biodiversidade, colocando espécies animais e vegetais em risco, as chamas geram a emissão de gases poluentes, extremamente nocivos à saúde do ser humano. Com a finalidade de reduzir os prejuízos ambientais e econômicos à região, a Suzano não mede esforços para contornar a situação. A empresa desempenha um papel importante na luta pela preservação de florestas nativas e no combate a incêndios. Por isso, vem investindo para a prevenção de incêndios, adquirindo equipamentos de monitoramento 24 horas, com apoio de imagem, satélites e drones de última geração que localizam os focos de incêndio a partir da identificação de fontes de calor.
A empresa também criou o “Guardiões da Floresta”, que é um canal direto e gratuito para captar denúncias de incêndios ou possíveis ações que possam gerar malefícios ao meio ambiente. A população pode ligar gratuitamente ou enviar mensagens via Whatsapp para o número 0800 203 0000 a fim de obter informações sobre como contribuir com a proteção das florestas ou reportar problemas.
Luiz Bueno, Gerente de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais da Suzano, enfatiza a importância da colaboração da população e alerta sobre os principais riscos. “As chamas não conhecem divisas e ainda representam danos sérios para o meio ambiente, saúde pública e economia local, uma vez que acarreta o aumento de atendimentos hospitalares e gastos gerais da população com a saúde”, reforça ele. “Com o 'Guardiões da Floresta' podemos intensificar nossa capacidade de resposta ao unificar as chamadas em um único canal, garantindo um monitoramento mais rápido e eficiente", finaliza Bueno.
As ações da Suzano passam ainda por manejo florestal sustentável, além de investimento em treinamento das equipes de brigada seguindo rigorosas normas internacionais. As brigadas da empresa também atuam em parceria com o Corpo de Bombeiros capixaba, no caso de incêndios em áreas vizinhas aos limites das áreas da Suzano.