Secretaria de Saúde de Aracruz faz alerta quanto ao aumento de casos da esporotricose no município
A secretaria de Saúde (SEMSA) – Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) - informa que os casos da esporotricose estão aumentando no município. Trata-se de uma micose causada pelo fungo Sporothrix spp, que vive naturalmente no solo e pode causar, principalmente, doença de pele em gatos e seres humanos. Geralmente as pessoas se infectam com a implantação do fungo na pele por meio de um trauma decorrente de arranhadura ou mordedura de animais doentes, sendo o gato, o agente transmissor mais comum.
Já os gatos podem contrair a doença, principalmente, a partir de feridas que ocorrem durante brigas com outros gatos infectados, uma vez que pelo hábito desses animais, é comum a disputa por fêmeas ou por território. "Desde 2020 houve um aumento anual dos casos em humanos no município, totalizando 50 casos notificados. Só neste ano, já foram registrados dez casos até o início do mês de março. Com o aumento dos casos identificados em animais, e, consequentemente em humanos, a nossa preocupação é de informar ao cidadão sobre esta zoonose para que os casos suspeitos sejam identificados o quanto antes, iniciando o tratamento em tempo oportuno e interrompendo o ciclo de transmissão zoonótico da doença", destacou o médico veterinário do CCZ, Sidnei Bernardo.
Ainda de acordo com Sidnei, para saber se o animal está infectado, a pessoa pode agendar um atendimento no CCZ para investigação do caso suspeito. Comparecendo à consulta, será realizada a avaliação do animal, e caso necessário, a coleta de material para o diagnóstico da doença.
"Nós orientamos o cidadão quanto ao tratamento do animal e os cuidados e medidas de prevenção da doença. Cabe orientar também que caso o animal evolua para óbito em decorrência da esporotricose, o mesmo não pode ser enterrado, pois o fungo vive no solo e irá se proliferar naquele local. O CCZ precisa ser informado para recolhimento e destinação adequada do cadáver. Para avaliação dos animais, o munícipe pode fazer o agendamento no CCZ ligando do telefone 32707480", disse.
Com relação aos números de casos nos felinos, desde 2018 já foram investigados mais de 550 casos suspeitos. Destes, em 2021 foram confirmados 127 animais com esporotricose, 116 em 2022 e até o momento, 17 casos neste ano. “Com os casos aumentando nos animais, a tendência é que também continue aumentando nas pessoas”, alertou Sidnei.
Atenção aos sintomas nos animais
As pessoas devem ficar atentas aos sintomas. Os gatos com esporotricose geralmente apresentam lesões faciais ao redor do nariz e nas patas. Essas lesões se desenvolvem a partir de feridas que ocorrem durante brigas com um gato infectado. Ao lamberem as feridas infectadas em outras partes do corpo eles também podem transferir os fungos para o rosto e a boca.
As pessoas são acometidas pela micose na pele, causando lesão única ou múltiplas, iniciando pelo local onde o fungo penetrou. Essas lesões são caroços que podem se romper, formando feridas de difícil cicatrização, caso não seja tratada corretamente. Os locais mais frequentes são os membros superiores como mãos e braços, e inferiores como as pernas, além da cabeça e mais raramente no tronco.
A forma mais grave pode ocorrer em outros órgãos, principalmente em pessoas com baixa imunidade. Já as com lesões suspeitas de esporotricose devem procurar atendimento médico na Unidade Básica de Saúde (UBS) para investigação, diagnóstico e tratamento, sendo que a medicação é fornecida gratuitamente pela SEMSA.