Coluna Romildo Barcellos: Além das Asas - A Jornada da Inclusão
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Introdução
Vivemos em um mundo cheio de cores, formas, sons e jeitos de ser. Cada pessoa
é uma combinação única de sonhos, talentos, medos e desejos. No entanto, em
uma sociedade que muitas vezes quer que todos sigam as mesmas regras, tenham
os mesmos gostos e pareçam iguais, ser diferente pode ser um desafio.
As diferenças são o que tornam o mundo mais rico e interessante. As próximas
linhas são um convite para refletir sobre o valor da inclusão, embarcar em uma
jornada de empatia, compreensão e respeito à diversidade. Em breve o leitor vai
conhecer personagens que, mesmo enfrentando olhares críticos, palavras duras e
momentos difíceis, encontram formas de mostrar ao mundo a beleza de serem
quem realmente são, nos mostra o poder da amizade e a beleza das diferenças.
Bento e seus amigos nos ensina que, mesmo enfrentando desafios, é possível
encontrar nosso lugar no mundo – um lugar onde a diversidade é celebrada e onde
cada um pode brilhar com sua luz especial.
Prepare-se para descobrir como a coragem de ser diferente pode mudar o mundo
e como, juntos, podemos construir uma sociedade mais acolhedora e justa, onde
cada um possa ser respeitado e valorizado por quem é.
Espero que a presente leitura inspire você a olhar para o próximo com mais
empatia e a lembrar que juntos somos mais fortes.
Bem-vindo a esta aventura de respeito, inclusão e amor ao próximo!
Prefácio
Querido leitor,
Já se sentiu diferente ou fora de lugar? Já se perguntou se existe um cantinho
especial no mundo onde todos podem ser aceitos exatamente como são? Então,
Bento, é um besouro que carregava não apenas o peso de suas asas, mas também
o de se sentir excluído.
Nesta jornada, Bento encontra outros amigos únicos: Lia, uma joaninha cheia de
coragem que luta para ser aceita como ela realmente é; Mel, uma abelhinha
talentosa que nunca desistiu de seus sonhos, mesmo enfrentando a desconfiança
de sua família; e Guto e Teca, irmãos formigas que desafiaram a injustiça e
encontraram força na amizade.
Apresento um convite para refletir sobre o valor da inclusão, o poder da amizade
e a beleza das diferenças. Bento e seus amigos nos ensina que, mesmo
enfrentando desafios, é possível encontrar nosso lugar no mundo – um lugar onde
a diversidade é celebrada e onde cada um pode brilhar com sua luz especial.
Inspire-se a olhar para o próximo com mais empatia e a lembrar que juntos somos
mais fortes.
Com carinho, Fernanda Vieira
Dedicatória
Dedico as próximas linhas a todo ser humano que é diferente, que ousa ser
único, e ao meu melhor amigo Teodorico Boa Morte (in memoriam) que mesmo
tendo partido, continua me inspirando.
Capítulo 1: Bento, o Besouro Solitário
Era uma vez um besouro chamado Bento. Ele era grande e forte, com asas
brilhantes, mas seu coração estava triste. Bento havia perdido sua família em uma
grande tempestade e, desde então, vagava sozinho pelos campos e florestas.
Bento também era de estrutura robusta e não conseguia voar, o que fazia com que
ele sofresse entre os outros besouros. Cansado das provocações e da exclusão, ele
resolveu deixar o grupo e partir em busca de um lugar onde pudesse ser feliz. De
alguma forma feliz.
Capítulo 2: A Joaninha Especial
Em uma manhã tranquila, Bento encontrou uma joaninha chamada Lia. Ela tinha
lindas pintinhas negras nas asas e um sorriso que iluminava tudo ao redor.
Enquanto conversavam, caminhavam por um campo coberto de margaridas
brancas e girassóis altos que balançavam com o vento. Uma brisa suave trazia o
perfume das flores, e pequenas borboletas dançavam ao redor.
“Oi, besouro! Meu nome é Lia. Por que está tão triste?”
Bento contou sua história, e Lia, com carinho, disse:
“Eu também passei por muitas dificuldades. Sou uma joaninha que nasceu
diferente e não me identifico no que esperam de mim na comunidade, mas lutei
para ser quem sou hoje. Infelizmente, não fui bem aceita na sociedade das
joaninhas e nunca tive filhos.
Sempre que tentava ser eu mesma, sofria discriminação e menções jocosas.”
Lia também explicou que era pequena demais para ser uma fêmea, já que,
normalmente, as joaninhas fêmeas são maiores que os machos. Além disso, ela
não podia voar porque uma de suas asas estava quebrada, resultado de uma
agressão física que sofreu em seu antigo bando, agressão…apenas pelo seu jeito
de ser.
Bento ficou impressionado com a coragem de Lia e convidou-a para viajar com
ele. Lia aceitou, feliz por ter encontrado um novo amigo.
Capítulo 3: A Abelhinha Aventureira
Os dois amigos estavam caminhando por uma trilha de terra cercada de árvores
frutíferas, cujos galhos pendiam com maçãs e peras maduras. O som da água de
um riacho próximo misturava-se ao canto de pássaros e ao zumbido de insetos. Foi
ali que ouviram u zumbido animado. Era uma abelhinha chamada Mel!
“Oi! Para onde estão indo?” perguntou Mel, curiosa.
Guto completou: “E eu disse: ‘Se não parar, você terá que lidar conosco!’”
“Mas o chefe não gostou nada disso”, continuou Teca. “Ele nos acusou de causar
revoltas e disse à rainha que éramos inúteis e velhos demais para trabalhar. Foi
assim que fomos expulsos.”
Lia, indignada, respondeu: “Vocês fizeram a coisa certa! Esse chefe era cruel,
muito cruel.”
“Exato- também vejo assim”, disse Bento. “Venham conosco! Não precisamos de
um formigueiro para sermos fortes. Somos uma família agora.”
Guto e Teca sorriram, emocionados, e subiram nas costas de Bento, sentindo-se
finalmente acolhidos.
Capítulo 4: Os Irmãos Formiga
Enquanto caminhavam por um campo florido, onde as flores formavam um verdadeiro tapete colorido, encontraram duas formigas, Guto e Teca, que pareciam cansados e tristes. “Por que estão sozinhos?” perguntou Lia.
Tito suspirou e começou a contar: “Nós enfrentamos problemas desde que nascemos.
Sempre fomos justos, não aceitamos que ninguém seja tratado com indiferença. Mas isso nos trouxe muitas dificuldades. Já estamos velhos e não conseguimos fazer muita coisa no formigueiro. Por isso, a rainha autorizou nossa expulsão.” “Por que ela faria isso? Isso é terrível!”, exclamou Mel. “Nós apenas causávamos problemas, segundo eles”, continuou Teca. “Aconteceu depois que defendemos uma formiguinha que era meio lerda. Ela tinha algo chamado TDAH e era frequentemente maltratada pelo chefe.”
“Não era justo o que ele fazia com ela”, acrescentou Guto. “Um dia, ele começou a falar alto e humilhar a pobre formiguinha na frente de todos.”
Teca, com lágrimas nos olhos, relembrou o momento:
“Eu disse: Não. Ela não merece isso!’
Guto completou: “E eu disse: ‘Se não parar, você terá que lidar conosco!’” “Mas o chefe não gostou nada disso”, continuou Teca. “Ele nos acusou de causar revoltas e disse à rainha que éramos inúteis e velhos demais para trabalhar. Foi assim que fomos expulsos.” Lia, indignada, respondeu: “Vocês fizeram a coisa certa! Esse chefe era cruel, muito cruel.” “Exato- também vejo assim”, disse Bento. “Venham conosco! Não precisamos de um formigueiro para sermos fortes. Somos uma família agora.” Guto e Teca sorriram, emocionados, e subiram nas costas de Bento, sentindo-se finalmente acolhidos.
Capítulo 5: A Aventura na Floresta
Em uma manhã clara, os amigos chegaram a uma floresta densa e sombria. A luz
do sol mal atravessava as copas das árvores, criando sombras que dançavam ao
redor deles.
Enquanto exploravam, ouviram um barulho estranho. Um grupo de insetos maiores
estava bloqueando o caminho.
“O que vocês querem aqui?” perguntou um louva-a-deus com voz ameaçadora.
“Estamos apenas passando”, respondeu Bento educadamente.
“Não queremos gente diferente por aqui. Vão embora!”, disse outro nseto.
Os amigos se entreolharam com medo, mas Lia tomou a frente.
“Nós não queremos problemas. Não pretendemos atrapalhar ou incomodar. Só
estamos buscando nosso lugar no mundo! Que mal há nisso?”
Os insetos começaram a zombar deles, mas Mel, com sua voz firme, começou a
cantar. Sua música era tão bela que até os insetos mais hostis, pararam para ouvir.
A melodia transmitia força e união, e isso fez com que o grupo recuasse. Um deles
até estava batendo a patinha no chão seguindo o ritmo. A musica encantou e aos
poucs foi permitido que os amigos seguissem seu caminho.
Capítulo 6: Enfrentando o Preconceito
Durante a jornada, o grupo passou por momentos difíceis. À medida que
atravessavam bosques densos, onde os raios de sol, mal conseguiam atravessar as
folhas, e campos abertos com grama alta, que balançava ao vento, encontraram
insetos que não aceitavam a diversidade do grupo. Comentários daqui e dali, eram ouvidos ao longo do caminho.
“Olhem só esse besouro pesadão! Nem consegue voar, mas carrega um monte de
gente nas costas!”, zombou um gafanhoto.
Assim, Bento e seus amigos seguiram sua jornada através da música, provando
que a união, a coragem e o respeito pelas diferenças podiam e podem; superar os
grandes desafios da vida e que cada um de nós, pode voar...além das asas!
THE END
Nota da autora: O dia 13 de fevereiro é o dia mundial do Rádio, uma data para celebrar
uma diversidade de vozes sendo propagada e ouvida em todos os recantos do mundo. O
rádio é o meio de comunicação em massa, que alcança amplos públicos, é crucial em
situações de emergência, desastres e pandemias, como foi a do Covid-19. Sempre foi e
continuará sendo um tradicional meio de informar, divulgar e levar alegria aos ouvintes.
Além de se adaptar às mudanças, o rádio promove interações significativas, promovendo
debates, provocando e estimulando a população, empresas e o poder público para crescer
e buscar o desenvolvimento. Difere, na maioria dos aspectos de redes sociais, pois busca
unir e não segmentar a sociedade em torno de um bem comum. As rádios comunitárias
ainda tem o diferencial de proporcionar a liberdade de gênero e expressão e ampliar o
debate sobre todos os assuntos. Aquarela é uma composição de Antonio Pecci Filho
Maurício fabrizi, Guido Morra e Vinícius de Moraes. Vendeu mais de 2 mulhões de
cópias na Itália, quando foi lançada em 1982.